Exposições Individuais

“Palavras que Andam” – Camões – Instituto da Cooperação e da Língua

Texto de Introdução ao Catálogo da Exposição Palavras que Andam
Percursos Culturais – Instituto Camões Maputo-Beira

PALAVRAS QUE ANDAM
Palavras que andam. Verbo no palmilhar dos pés. Sonhos-Sentimentos. Bênçãos de Luz. Percursos marcados de poesia. Instalações no corpo da vida. É o espírito mergulhado na carne. Criador. Criativo. São mandalas líricas vibrando no tasbih. São orações em cada pérola-pedra do terço. Sónia Sultuane viaja caminhos espirituais na cor do sangue, no arco-íris da alma. Mensagem mesclada. É andarilha de mundos plásticos. Suas mãos-energia abrem chacras em cada sílaba-objecto, em cada coração alado. Em caminhos de auto-descoberta vai instalando palavras-obras sagradas. Ternura. Infinitas vias na gramática da Arte. Com paciência descobre. Com Amor revela.
Breve, termino, interrogando: nas palavras-vozes que circulam por dentro de cada instalação, que espiritualidade alumbrada e alumbrante nos dá e nos cria esta primeira individual de Sónia Sultuane? Uma interrogação retórica que não precisa resposta, porque, afinal, é holística a Palavra-Génese das Belas Artes.

Calane da Silva
Junho / 2008

Mandalas Poéticas

Diz-se que as Mandalas são instrumentos de meditação e relaxamento desenvolvidas há milénios pelos monges tibetanos, e que trazem consigo a finalidade de conduzir ao crescimento espiritual e ao autoconhecimento. São guias imaginários e provisórios da alma; orientam-nos na nossa prática meditativa e transmitem o equilíbrio com que se distribui a essência divina.

As mandalas são imagens circulares usadas para expressar, por meio de desenhos, a experiência humana de contacto com a Energia Divina. Nelas estão expressas as relações entre o homem e o cosmos, entre a busca material e a energia espiritual.

Instintivamente vou conhecendo, pela vida outras formas de “ciências alternativas”, que me dão a possibilidade de ir buscar dentro delas e com elas a minha “luz” interior, o equilíbrio que me falta no meu dia-a-dia, para conseguir entender e explicar o que é mais do que a matéria, o que me “habita a alma”. Mas, inexplicavelmente a busca é difícil, complexa. É como sabermos que todos os dias temos que nos manter vivos, sem saber muito bem o que é isso, que a vida tem o seu próprio relógio o seu próprio tempo, e nós nem o conhecemos. Penso que a alma também é assim, dando-nos uma aprendizagem certa que receberemos na hora certa.

Penso que tornar-me num ser humano mais completo, passa, primeiramente, pela minha própria compreensão do meu corpo, do meu espírito, da minha alma. Sendo assim, vou tentando fazer essas buscas, não só materiais para um conforto corporal, comida, sono, vestimentas, mas também vou tentando fazê-las para o meu espírito e a minha alma.

Construo aqui as minhas “mandalas poéticas” que poderão levar-me ao meu crescimento espiritual ou, quem sabe, ao meu autoconhecimento, na busca da minha experiência humana e espiritual, pois a vida simplesmente transcende-me.

Sou amor,
sou paz,
sou poesia,
sou luz,
sou divina,
sou vida

Sónia Sultuane

Maputo

Beira

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Poeta, escritora, artista plástica, cronista e curadora.

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